Se realmente houver renúncia às 8h45 do dia 3 de abril, e a prefeita em exercício de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), assumir o lugar do licenciado Carlos Amastha (PSB), a primeira missão dela está muito clara: recompor a base na Câmara. Na mensagem de abertura do ano legislativo nessa terça-feira, 6, Cinthia não decepcionou os vereadores, acostumados com o chefe do Executivo olhando-os de cima para baixo.
Ao mesmo tempo em que cobrou dos parlamentares a aprovação da Lei Orçamentária — atrasada sobretudo em função da falta de tato de Amastha no trato com o Legislativo —, a prefeita em exercício, com o respeito, a diplomacia e a delicadeza que lhe são peculiares, se colocou no mesmo pé de igualdade com o Poder de quem tanto depende para a governabilidade. Ou seja, uma postura altamente republicana.
Para se ter ideia, o Paço hoje não consegue, por exemplo, fazer uma alteração na Lei Orgânica, por absoluta falta de quórum, já que seriam necessários 13 votos e a base só tem 10. E, para constituir essa maioria simples, teve que usar de um expediente menor, com a dança das cadeiras na Assembleia. Empregou um deputado estadual na máquina municipal, atiçou a ambição de um vereador de oposição, suplente no Parlamento estadual, e, assim, pôde colocar na Câmara um aliado. Pior que se comemorou essa artimanha como se fosse algo fenomenal, quando apenas serviu para revelar quão frágil é a base do Executivo da Capital.
Os vereadores mais ácidos da oposição foram sensíveis à mensagem da prefeita em exercício na abertura do ano legislativo, e isso ficou evidente nos pronunciamentos que se sucederam ao de Cinthia. “Meu sonho de consumo é vê-la prefeita em definitivo”, clamou Milton Neris (PP). “Eu tenho o maior carinho e respeito pela cidade, e muito mais pela senhora, porque nossa relação de amizade é de muitos anos”, confessou Lúcio Campelo (PR), sempre irado nos discursos. “Não vejo a sra. como continuidade de Amastha, mas como resquício do senador João Ribeiro, que sempre tratou a todos com respeito”, comparou o jovem mas já talentoso orador Léo Barbosa (SD).
(Com informação do Cleber Toledo)
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